quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Possível segundo turno troca euforia de Dilma por cautela

Possibilidade de 2º turno faz campanha de Dilma trocar euforia por cautela

Igor Silveira do Correio Braziliense
Publicação: 29/09/2010 08:26 Atualização: 29/09/2010 08:26
A euforia que tomou conta da equipe de campanha da candidata à Presidência da República pelo PT, Dilma Rousseff, há algumas semanas — após resultados favoráveis em pesquisas de intenção de votos — não é mais a mesma. Os escândalos envolvendo a ex-ministra-chefe da Casa Civil Erenice Guerra e, especialmente, o crescimento da presidenciável do PV, Marina Silva, torna a possibilidade de um segundo turno entre a petista e o tucano José Serra cada vez mais palpável.

Se a corrida pelo Palácio do Planalto não terminar no próximo domingo, como esperava o PT, o planejamento do partido terá que mudar. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretendia liquidar a fatura logo e, assim, concentrar esforços para garantir o maior número de aliados na esfera estadual — é possível que haja segundo turno para governador em até 11 unidades da Federação.

No entanto, com a divulgação, ontem, de pesquisa realizada pelo instituto Datafolha mostrando que a vantagem de Dilma sobre a soma dos adversários caiu a 2 pontos percentuais, a cúpula da campanha da petista ligou o sinal de alerta. Durante a reunião de coordenação com ministros, Lula comentou a queda de sua candidata e a ascensão de Marina Silva. Apesar do revés, ao fim do encontro o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que Lula está confiante em um bom resultado no domingo.

O ministro de Relações Institucionais Alexandre Padilha fala sobre resultado das últimas pesquisas eleitorais



“O presidente está muito confiante porque nós construímos um clima muito positivo no Brasil e vamos colher esses resultados no domingo. É uma plantação de longo prazo, de sete, oito anos. O resultado virá com uma grande vitória dos partidos da base aliada do governo”, ressaltou. “O crescimento do país nos últimos anos, os bons resultados na economia, a geração de empregos e as melhorias sociais com a redução da miséria reforçam a tendência de que os eleitores vão optar pela continuidade desse rumo do país no próximo domingo”, completou.

Efeito Marina
Um integrante da campanha de Dilma Rousseff explica que muitas das pessoas envolvidas na equipe petista não acreditavam em uma reação de José Serra na corrida presidencial, embora contassem com o surgimento de possíveis escândalos no período eleitoral. Uma variação provocada por esses fatores estava, inclusive, na conta dos mais otimistas para a vitória de Dilma ainda no primeiro turno. O que estava fora de cogitação era o crescimento de Marina Silva nas pesquisas.

Inicialmente, imaginava-se, na campanha petista, que Maria começaria com cerca de 9% das intenções de voto antes do início da campanha eleitoral e, com o pouco tempo no rádio e na televisão, a candidata do PV caísse e estacionasse nos 7%. A última pesquisa Datafolha, entretanto, mostra Marina com 14%, enquanto Serra tem 28% e Dilma, 46%.

A mistura de confiança e cautela de uma declaração do chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, na semana passada, dá o tom do clima no Palácio do Planalto: “A Dilma está cristalizada na faixa dos 50%. Se o crescimento de Marina tivesse começado há um mês, talvez houvesse a chance de segundo turno”.

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