quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O comício final

O comício do adeus

Provavelmente, o ato político realizado na noite da terça-feira foi a última vinda de Lula ao Paraná como presidente da República. O comício, embora organizado para promover Dilma Rousseff (PT), acabou se transformando em um palco emocional. Entre choros e lágrimas, o chefe da Nação discursou por 27 minutos, em tom de despedida. Bradou, ao seu estilo, que “se eu falhasse, o povo nunca mais chegaria ao governo”. A frase, não obstante seja difícil de entender, marcou o pronunciamento, que ainda versou acerca de sua baixa escolaridade em confrontação com o sucesso político que alcançou: “Tiveram mais aulas do que eu, mas eu tinha certeza de que nenhum deles entendia de povo a metade do que eu entendia”, desabafou. A emoção com a qual o Luiz Inácio apresentou-se no palanque é uma demonstração antecipada da saudade que sentirá do poder. O Aerolula, por exemplo, será do sucessor, bem como as acomodações nababescas do Alvorada. As famosas festas juninas de Dona Marisa serão realizadas em outro lugar, que não a Granja do Torto. Como homem comum, ele terá que reaprender a movimentar uma maçaneta de porta, a meter a mão no bolso para pagar contas comezinhas e a deixar de receber o tratamento de “excelência”. A tão detestada imprensa também se afastará e os holofotes não se acenderão à sua passagem. Vê-se, portanto, que razões para tristeza não lhe faltam. A máxima de que um rei sempre será majestade, na prática, não é verdadeira.

Deu certo?

O comício com Lula rendeu muita satisfação para aqueles que estavam no evento como protagonistas, mas não se sabe se apresentará resultados eleitorais. Apesar de todo o investimento, o respeitável público que compareceu à praça da Cidade Industrial foi reduzido: três mil pessoas, segundo a Polícia Militar. A decepção dos organizadores era evidente.

Hóspede

O presidente do grupo Bourbon, Alceu Vezozzo, certamente perderá o cliente. Lula, sempre que vinha a Curitiba, fazia questão de hospedar-se em seu hotel da Rua Cândido Lopes, no Centro. Conquistar o novo mandatário da Nação não é fácil e exigirá uma árdua tarefa “diplomática”.

Enquanto isso...


Dilma corria o trecho no nordeste do país. No Ceará, fez carreata acompanhado dos irmãos Cid e Ciro Gomes, este último aquele mesmo que havia dito, em entrevista ao SBT, que Serra era mais preparado do que a petista para dirigir o país. Depois, foi a Pernambuco, onde andou ao lado do popularíssimo governador Eduardo Campos. No Paraná, confiou no taco de seu cabo eleitoral número 1.

O desafiante

Os últimos dias não têm sido fáceis para José Serra (PSDB). Atordoado pelo resultado das pesquisas, ainda teve de explicar o processo de licitação do metrô de São Paulo, para ele felizmente anulado pelo atual governador paulista.

Em aberto

Para a maioria dos analistas, a eleição já está decidida. Baseiam-se nos números dos institutos. Pois nossa opinião é de que a corrida está rigorosamente empatada. A coluna tem razões suficientes para não acreditar nas pesquisas.

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