terça-feira, 19 de outubro de 2010

SERRA FOI MEHOR

Serra foi melhor

O debate da Rede TV/Folha de S.Paulo, realizado no domingo, revelou uma superioridade do candidato José Serra (PSDB). Ele foi claro nas suas propostas, mostrou competência na abordagem dos principais assuntos, respondeu com firmeza aos ataques da adversária, em especial no que versava a respeito da política de privatizações do governo FHC. O tucano repetiu a tática de dizer que, se não fosse o processo de desestatização do sistema de telecomunicações, o povo até hoje falaria por orelhões. A tese ganha força porque praticamente todos têm um telefone celular, independentemente da classe social que pertença. O presidenciável também foi bem ao contestar as críticas que recebeu quanto à sua administração no governo paulista. Serra argumentou que a população já havia feito o julgamento de sua gestão, visto que elegeu Geraldo Alckmin (PSDB), seu companheiro, derrotando toda a campanha petista em São Paulo, encarnada por Aloizio Mercadante. O ápice ocorreu no encerramento do programa, quando, em três minutos, fez uma síntese de suas ideias e, emocionado, pediu o apoio e o voto para os telespectadores. O candidato do tucanato estava confiante, bem diferente do Serra do final do primeiro turno. Aquela prostração deu lugar à euforia de hoje.

Outro lado

Dilma Rousseff (PT) apresentou-se muito nervosa. Com um raciocínio inconcluso, regra geral em quase todas as suas falas, limitou-se a repetir números já conhecidos e a comparar dados do período de Lula com o do antecessor. Seu pior momento certamente aconteceu quando tentou atribuir ao governo de São Paulo o insucesso da Petrobras na compra de uma distribuidora de gás estrangeira. Sua enrolação foi tamanha que ela usou do tempo inteiro que dispunha e não conseguiu esclarecer sequer o objetivo de sua pergunta. A saída foi repetir tudo o que havia dito antes, mas, novamente, atrapalhou-se. A maioria dos assistentes não entendeu.

Regra boa

A presença de duas jornalistas em um dos blocos do programa, com perguntas contundentes, deu uma graça diferente e enriqueceu o embate. Serra teve que justificar o suposto desvio de R$ 4 milhões do caixa de campanha do PSDB, cujo autor seria um assessor chamado de Paulo Preto. Dilma, por sua vez, foi instada a comentar os desmandos ocorridos na Casa Civil. A indicada de Lula, candidamente, respondeu que Erenice Guerra “errou”. Em tempo: classificar formação de quadrilha, suborno, desvio de dinheiro público e nepotismo como apenas um equívoco é ser “bondosa” demais.

Última nota

Agiu acertadamente a senadora Marina Silva (PV) ao optar pela neutralidade na corrida ao Planalto. Nem o seu voto ela quis revelar. Com isso, manteve a unidade do seu partido e liberou os seus eleitores a escolherem aquele que mais lhe convier. A verde está madura, de olho em 2014.

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