sábado, 23 de outubro de 2010

O poder das pesquisas

O poder eleitoral das pesquisas

do ParanaOnline
Nem bexiga d’água, tampouco bola de papel ou rolo de fita adesiva. Os fatos mais recentes da briga ao Palácio do Planalto - os incidentes que envolveram Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) -não possuem o condão de mudar os rumos da eleição. Ao contrário. O cenário atual demonstra uma acomodação nas tendências do eleitorado, existindo no ar até um certo “cheiro de empate”. Apesar disso, o vento que sopra hoje empurra com mais força a caravela do PT. A razão para tanto se sustenta por uma só causa: a fantástica força que possuem as pesquisas eleitorais. Os levantamentos de opinião pública, estejam eles certos ou errados, sejam eles honestos ou eivados de vícios, influenciam decisivamente o voto de parte dos cidadãos, induzindo a escolha para aquele candidato que aparece na frente da corrida. O montante de gente que não “perde o voto” e opta por referendar o nome do postulante que figura em primeiro lugar é relevante, ainda que não perfeitamente quantificável. Serra hoje virou vítima desse contexto. A divulgação dos dados, muito mais do que retratar um determinado momento fático, faz pender a balança para um lado ou outro. Trata-se de um poder, indiscutivelmente, demasiado.

No Paraná

Avaliados os números da véspera do primeiro turno (quando o Ibope errou ao apontar um empate entre Beto Richa e Osmar Dias em 45%), compreende-se o pedido feito pela campanha tucana de impugnar a divulgação dos números. A Justiça, ao entender que havia irregularidades na consulta, certamente impediu a formação de um falso cenário na disputa ao Palácio Iguaçu. Contudo, o preço da estratégia tucana foi alto, pois o governador eleito chegou a ser chamado de “censurador” em plena campanha política.

Pare pensar

Agora, com tantas distorções nos números, há como condenar a postura dos advogados de Beto? A resposta mais sensata é não.

Outro lado

Osmar também tem a sua parte de razão ao protestar contra o “apagão” das pesquisas. Estivesse ele bem posicionado, poderia ter havido uma migração em seu favor, mesmo que supostamente de forma artificial. A queixa está viva e faz parte do jogo.

Para lembrar

Melhor seria, porém, que o PDT lembrasse do que aconteceu em 2006, quando o senador foi verdadeiramente a vítima dos levantamentos. À época, todos os institutos apontavam uma vitória ampla de Requião. Todavia, quando a totalização foi concluída, viu-se que ele perdeu por uma diferença de apenas 0,1% dos votos. Este é o “x” da questão.

Portanto...

É necessário que a sociedade discuta com frieza esse assunto. Ou o Estado brasileiro disciplina a matéria de uma vez por todas, com regras que mantenham a liberdade de divulgação, mas com responsabilização severa contra as falhas, ou, em 2012, voltaremos a bater na mesma tecla.

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